sexta-feira, 13 de abril de 2012

3º Tema: Ameaças a Biodiversidade

           Metaforizando sobre as ameaças a Biodiversidade...  Imagine a seguinte situação: você passou toda a vida com sua família harmoniosamente em uma cidade onde estão seus melhores amigos, sua escola, o trabalho dos seus pais, mercados, lazer e tudo mais que você precisa para viver. De repente, chega um grupo de alienígenas e decide viver na sua cidade. Mas eles simplesmente tomam conta de tudo e deixam você sem nada do que possuía antes. Que opções você tem (se é que tem)? Resta mudar para outro lugar e enfrentar muitas dificuldades na tentativa de reaver sua vida anterior. É muito provável que você não tenha sucesso nessa empreitada e, neste caso, você pode não sobreviver à mudança. O desaparecimento da sua cidade vai causar além de tudo isso, uma quebra nas relações que seu povo tinha com outras cidades, como compra e venda de produtos, acordos de proteção mútua, etc. Ou seja, indiretamente, aquela ação dos alienígenas causou um grande desequilíbrio em toda a região. Outra hipótese seria a de que o seu povo decidisse lutar contra os forasteiros, o que causaria muitas perdas para os dois lados. Parece uma cena de filme de ficção científica, mas é o que acontece quando se fala em redução da biodiversidade. É importante lembrar que todos os seres, incluindo os humanos, estão conectados e dependem uns dos outros (como na cadeia alimentar, por exemplo). Desta forma, à medida que destruímos a biodiversidade, colocamos em risco nossa própria existência. (Painel da Biodiversidade-e.educacional).
           Como conseqüência dessa perda, as populações humanas sofrerão uma queda significativa da qualidade de vida, que refletirá diretamente em pontos como o suprimento de alimentos e manutenção da saúde, a vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável, aumento de doenças e epidemias, instabilidade social, política e econômica, entre outros.
           Um recente estudo mundial identificou mais nove áreas de grande diversidade ecológica que estão sob ameaça e que juntas abrigam grande parte das espécies de plantas e animais sob risco. "Nove locais foram identificados, entre os quais um que atravessa a fronteira do México com os EUA, um no sul da África, e um que abrange todo o Japão", afirmou o grupo Conservação Internacional, que participou da elaboração da análise. As descobertas elevam para 34 o número de locais importantes identificados por cientistas do mundo como ameaçados. Nesses locais vivem 75 por cento dos mamíferos, pássaros e anfíbios ameaçados, cujos habitat frágeis agora cobrem apenas 2,3 por cento da superfície da Terra.
            Essas áreas abrangiam, no passado, quase 16 por cento do planeta, fato que por si só dá a dimensão da ameaça representada pela atividade humana. Quase 400 cientistas e outros especialistas participaram do estudo de quatro anos, descrito em um livro intitulado "Hotspots Revisited" (revisão sobre locais-chave). Dois fatores centrais determinam a identificação desse tipo de local: uma grande concentração de espécies endêmicas (presentes apenas ali) e um alto grau de devastação. A área formada pelas ilhas de Madagáscar e do oceano Índico, por exemplo, possui 24 famílias de plantas e de vertebrados que não são encontradas em nenhum outro lugar da Terra. Alguns desses locais possuem menos de 10 por cento de sua área original, o que significa que, provavelmente, eles contiveram espécies não-identificadas e que se perderam para sempre. "Esses centros de biodiversidade são salas de emergência ambientais de nosso Planeta. Precisamos agir com decisão a fim de evitar a perda desses armazéns insubstituíveis de formas de vida", disse Russell Mittermeier.
Entre as principais causas da perda de biodiversidade, podemos citar:
v  - Destruição e diminuição dos hábitats naturais;

v  - Introdução de espécies exóticas e invasoras;

v  - Exploração excessiva de espécies animais e vegetais;

v  - Caça e pesca sem critérios;

v  - Tráfico da fauna e flora silvestres;

v  - Poluição do solo, água e atmosfera;

v  - Ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas;

v  - Mudanças climáticas e aquecimento global.

            A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.
            A sociedade moderna – particularmente os países ricos – desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção.
            Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impedem a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país. A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país. O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.
               Para as taxas alarmantes de degradação de habitats e de extinção de espécies, identificam-se as seguintes ameaças à biodiversidade:
• Mudanças na utilização dos solos, que fragmentam, degradam e destroem os habitats. Esta mudança de afectação deve-se, principalmente, ao crescimento demográfico e ao aumento do consumo por habitante, dois factores que irão intensificar-se no futuro e gerar maiores pressões;
• Alterações climáticas, que destroem certos habitats e organismos, perturbam os ciclos de reprodução, obrigam os organismos móveis a deslocar-se;
• a sobre exploração dos recursos biológicos; a difusão de espécies alóctones invasivas; a poluição do ambiente natural e dos habitats; a mundialização, que aumenta a pressão devida ao comércio, e a má governação (incapacidade de reconhecer o valor econômico do capital natural e dos serviços ecossistêmicos).
              Você sabia que para satisfazer o padrão atual de consumo do homem, a Terra teria que aumentar em 20% sua capacidade de renovar os recursos naturais?
Portanto caros leitores, defender a biodiversidade não é “papinho de ambientalista”. É lutar pela nossa sobrevivência e a de nossos filhos, netos, bisnetos... É hora de repensar nossa posição como espécie dominante do Planeta e dar uma nova orientação à Ciência e à Tecnologia na busca de soluções que nos tirem desse caos em que vivemos. 1101748 – Josenir.

Referências Bibliográficas:
Myers, N. (1996) "The rich diversity of biodiversity issues" Documento PDF
Millennium Ecosystem Assessment (2005) "Causes of Biodiversity change", pp. 8-10. (disponibilizado no tópico 1)
Millennium Ecosystem Assessment (2005) "What are the current trends and drivers of biodiversity change and their trends", pp. 42-59 (disponibilizado no tópico 1) .

Links consultados, acessados em 13.04.12.
http://www.educacional.com.br/reportagens/biodiversidade/perda.asp